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Como aplicar a Escrituração na prática

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Imagine se cada lançamento, pagamento e ajuste estivesse registrado com clareza cirúrgica, pronto para ser auditado a qualquer momento. Visualize-se alcançando confiabilidade, conformidade e decisão ágil a partir de registros sólidos. Você tem a capacidade de implementar um processo que una precisão técnica e inteligência gerencial, reduzindo riscos e aumentando a transparência. O caminho passa por um conjunto de rotinas, controles e critérios documentais que transformam fatos econômicos em informação útil.

Escolha do regime e método

O ponto de partida é definir regime contábil e método de registro. Para a maioria das empresas, o regime de competência aliado ao método de partidas dobradas produz informações mais completas, pois reconhece receitas, despesas e obrigações quando ocorrem, e não apenas quando há caixa. Já o regime de caixa foca entradas e saídas monetárias.

Plano de contas funcional

Sem um plano de contas claro, a classificação perde consistência. Estruture níveis por ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas, prevendo códigos, descrições e regras de uso. Padronize centros de custos, históricos e naturezas para favorecer comparabilidade e relatórios. Atualize o plano quando surgirem novos produtos, tributos ou exigências.

Documentação comprobatória

Cada lançamento deve ter documento suporte: nota fiscal, recibo, contrato, fatura ou relatório interno. Padronize pastas digitais por competência, fornecedor e tipo; defina prazos de guarda; registre autorização, validação e responsável. Em auditorias e fiscalizações, essa trilha dá sustentação à integridade. Consulte normas locais e fontes oficiais como o Portal Gov.br. para prazos e obrigações.

Cronograma de registros

A periodicidade protege contra acumulação, erro e omissão. Estabeleça rotinas diárias para vendas e caixa, semanais para despesas operacionais, mensais para depreciação, provisões e fechamento. Um calendário claro com cutoffs e checklists assegura consistência e comparabilidade dos dados ao longo do tempo.

Tecnologia e automação

Softwares contábeis reduzem retrabalho, digitação manual e inconsistências. Procure integrações com faturamento, estoques, folha, bancos e fiscal; use importadores, robôs e validações automáticas de chave NFe, CFOP e CST. Mapeie campos obrigatórios, implemente logs e perfis de acesso. Ganhos: eficiência, rastreabilidade e auditoria contínua.

Conciliação bancária disciplinada

Compare o razão bancário com o extrato para localizar tarifas, juros, lançamentos pendentes e falhas de integração. Registre diferenças e ajustes, documente comprovantes e defina SLA para resolução. Essa prática eleva integridade, detecção de fraudes e acurácia do fluxo de caixa.

Conciliação de clientes e fornecedores

Gere extratos de contas a receber e a pagar; envie carta de confirmação quando aplicável; trate abatimentos, juros de mora, protestos e renegociações. A conciliação sistemática melhora previsibilidade, cobrança e relacionamento com parceiros.

Critérios de mensuração e estimativas

Defina políticas para estoques (métodos como PEPS, custo médio), imobilizado (depreciação, impairment), provisões (perdas esperadas, contingências). Documente premissas, fontes e modelos usados. Isso respalda auditoria e atende ao rigor YMYL.

Obrigações fiscais e acessórias

Alinhe a escrituração com obrigações como SPED, ECD, ECF, NF-e e eSocial. Consulte materiais oficiais da Receita Federal e Governo Federal para requisitos e prazos, inclusive SPED no Gov.br. Registros corretos evitam multas, autuações e riscos reputacionais.

Fechamento e revisão por pares

Implemente checklist de fechamento com etapas para rateios, provisões, reclassificações, depreciação e impostos. Faça revisão por pares e amostragem em lançamentos críticos. Gere balancete, DRE e fluxo de caixa e compare com períodos anteriores. Divergências devem virar achados com plano de ação.

Análise gerencial e indicadores

Após escriturar vem a leitura: margem, EBITDA, ciclo financeiro, liquidez, endividamento e giro de estoques. Integre dashboards para detectar tendências e anomalias. Você pode facilmente transformar dados em insights acionáveis para precificação, custos e capex.

Trilha de auditoria e governança

Garanta rastreabilidade do lançamento ao documento; preserve logs, versões e perfis. Adote políticas de segregação de funções, autorização e controles compensatórios. Consulte leis societárias em fontes oficiais, como a Lei 6.404/1976 (Planalto), que orienta demonstrações e governança.

Capacitação contínua

Normas mudam, sistemas evoluem, tributos se alteram. Invista em treinamentos, atualizações e simulados de fechamento. É mais simples do que você pensa manter manuais vivos, videos curtos e Q&As para padronizar a operação e reduzir curva de aprendizado.

Plano de implantação em 30-60-90 dias

Crie um roteiro objetivo:
30 dias: diagnóstico, mapa de processos, riscos, revisão do plano de contas e checklist.
60 dias: ajustes no ERP, integrações, pilotos de conciliações, calendário e governança.
90 dias: fechamento completo com indicadores, auditoria interna e relatório executivo.
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